Mostra anuncia premiados

Mostra anuncia premiados

Terminou neste sábado a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro, no Cine Metrópolis, Ufes, depois de intensos debates e mais de 60 filmes exibidos.

Na noite de encerramento, foram anunciados os premiados da mostra realizada pela seção capixaba da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragistas (ABD&C Capixaba).

O prêmio de melhor vídeo capixaba foi para "Maicou Diéquision", de Natanael Souza e Ramon Zagoto. A produção recebeu o prêmio de R$1.500 mais garantia de exibição no Festival Internacional de Atibaia. O ator e músico MC Abelhão dedicou o prêmio a todos os jovens de comunidades carentes de Vitória.

O melhor vídeo em Negro & Negro foi para "N'Goma - Jongos do Sul Capixaba", de João Moraes e Leonardo Gomes.

O júri ainda concedeu duas menções honrosas, para os filmes "Agrados para Cloê", de Jefinho Pinheiro, e "A Sorte da Bússola sem Norte", de Fred Entringer.

Durante o encerramento, o ator Markus Konká promoveu o lançamento do seu primeiro filme como diretor, "Meninos da Guarani". Além disso, o ator também foi homenageado no evento com a exibição do curta "Repolho Hidropônico" (Virgínia Jorge e Lizandro Nunes), que contém cenas e entrevistas com ator. Na ocasião, a atriz Zezé Motta, que narra o filme de Konká, esteve presente.

O longa-metragem apresenta um recorte da violência urbana do país: Konká filma histórias de assassinatos entre homens jovens no entorno da Avenida Guarani, em Jacaraípe, na Serra.

O município de Serra é o mais violento do Espírito Santo e são os números frios das estatísticas que o diretor tenta mostrar, enfatizando o drama das famílias que sofrem com o cotidiano da violência e a atuação das instituições tradicionais, como as igrejas, a escola e o poder executivo.
Termina neste sábado a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro

Termina neste sábado a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro


Depois de intensos debates e mais de 50 filmes exibidos, termina neste sábado a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro, no Cine Metrópolis, Ufes, que este ano levantou discussões sobre o espaço e o papel do negro no audiovisual contemporâneo.

Antes do encerramento, ainda estão programadas várias atividades. Às 15h começa a última sessão da Mostra Paralela de Cinema Negro, com os filmes “Até Oxalá Vai À Guerra”, de Carlos Pronzato e Stéfano Barbi Cinti, “Quilombo De Erepecuru”, de Cida Reis e Junia Torres, “Femme Comme”, de Stéfanie y Steve James, e “A Iniciação”, de Gui Castor.

Às 20h será lançado o DVD Coletânea da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro & Negro, reunindo todos os vídeos exibidos na Mostra Competitiva Capixaba.

Na última noite da V Mostra Produção Independente, o ator Markus Konká, homenageado dessa edição, lança o documentário "Meninos da Guarani", sua primeira incursão como diretor. A atriz Zezé Motta, que narrou o filme, estará presente no Cine Metrópolis.

O longa-metragem apresenta um recorte da violência urbana do país: Konká filma histórias de assassinatos entre homens jovens no entorno da Avenida Guarani, em Jacaraípe, na Serra.
O município de Serra é o mais violento do Espírito Santo e são os números frios das estatísticas que o diretor tenta mostrar, enfatizando o drama das famílias que sofrem com o cotidiano da violência e a atuação das instituições tradicionais, como as igrejas, a escola e o poder executivo.
"Orí" se destaca no terceiro dia de Mostra

"Orí" se destaca no terceiro dia de Mostra


Na quinta-feira, o público pôde assistir “Orí”, o filme-tese de Raquel Gerber. O documentário, de 1989, é fruto de onze anos de pesquisas cinematográficas sobre a cultura negra no Brasil, pensando a relação com o tempo, o espaço e a ancestralidade da comunidade negra a partir da simbologia do quilombo. Logo após a exibição, a diretora participou de uma conversa com a plateia, onde sacerdotes e sacerdotisas das religiões de matriz africana foram os convidados especiais. O debate, que contou com a presença da historiadora capixaba Leonor Araújo e emocionou o público, se estendeu até a sessão da noite.

À noite, o público assistiu diversos filmes capixabas, que foram exibidos na Mostra Competitiva, além de
sete filmes que se voltam para o registro das manifestações da cultura negra, e integram a seção temática do evento.
Quarta-feira movimentada na V Mostra Produção Independente

Quarta-feira movimentada na V Mostra Produção Independente



Na quarta-feira, o dia foi cheio na V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro. Os diretores Joel Zito Araújo, Jeferson De e Zózimo Bulbul participaram de um debate com o público pela manhã, quando discutiram a importância da diversidade de olhares na produção audiovisual.

À tarde, os alunos da Escola Estadual Renato Pacheco e da Escola Municipal Yolanda Schneider, da Serra, participaram de uma sessão especial de cinema, com os filmes “Vista a Minha Pele”, de Zózimo Bulbul, e “Narciso Rap”, de Jeferson De.


A Mostra Competitiva Capixaba exibiu, na noite de ontem, oito curtas. A plateia presente no Cine Metrópolis assistiu a vídeos inéditos em festivais, como “DR”, de Helena Santos, outros já consagrados pelo público, caso da ficção “Como se Fosse Ontem”, de Gustavo Moraes, lançado em 2005, e produções que estrearam na internet e agora chegam à grande tela, como o documentário “Das Antiga ao MySpace”, de David Benincá.
Na sequência, os realizadores convidados Zózimo Bulbul e Jeferson De tiveram parte de suas carreiras exibida em uma retrospectiva da Mostra Paralela de Cinema Negro. Destaque para o documentário “Aniceto do Império em Dia de Alforria” (foto), dirigido por Bulbul e lançado em 1981, que traça um perfil do sambista e fundador da escola de samba Império Serrano e que foi bastante aplaudido pelo público.

Nesta quinta, às 14h o público pode assistir “Ôrí”, filme-tese de Raquel Gerber, que participa de um debate logo após a exibição. Às 19h tem início a Mostra Competitiva Capixaba, e às 21h a Mostra Paralela de Cinema Negro.
Começa a V Mostra Produção Independente

Começa a V Mostra Produção Independente


Com quase 86% de sua população apresentando algum traço de descendência negra, o Brasil é um dos maiores territórios em que o negro se manifesta como fator decisivo para a construção da identidade de uma nação.


Se no campo da cultura a raça negra teve papel fundamental na criação da nossa música popular, por exemplo, no audiovisual o movimento vem ganhando força nas últimas décadas. Prova disso é a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro, que ocorre entre os dias 13 e 17 deste mês no Cine Metrópolis, Ufes, Vitória. A realização é da seção capixaba da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas Metragistas (ABD&C-ES).


Na terça-feira, a abertura da V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro levou um grande público ao Cine Metrópolis, na Ufes. Além do lançamento da revista/catálogo “Milímetros”, que contém diversos artigos e entrevistas sobre o cinema negro e também capixaba, a plateia conferiu o Cine Concerto com o músico Alexandre Lima. Acompanhado do projeto Rádio Experienza, o compositor executou ao vivo a trilha sonora de um filme que exibia trechos de importantes obras do cinema brasileiro que têm em seu elenco atores negros.


Logo após o Cine Concerto, a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro (que teve como casal de apresentadores a jornalista Luciana Gama e o músico Fábio carvalho) promoveu o lançamento do premiado longa-documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado”, de Joel Zito Araújo. Presente à sessão, o diretor destacou a importância de debater a questão da exploração sexual no Brasil.


Além de realizar a sua tradicional mostra competitiva de vídeos capixabas, o evento deste ano enfocará como o Brasil vem tratando a questão do negro no cinema. Para isso, estão programadas também sessões temáticas com dezenas de filmes e debates, além de também contar com sessões de cinema especialmente montadas para alunos de escolas públicas.


“A cada ano a Mostra Produção Independente traz um novo tema, que pauta a mostra paralela, com objetivo de proporcionar novas discussões e uma diversidade de olhares sobre a produção audiovisual brasileira. Quando escolhemos o tema central da quinta mostra, tivemos como grande tarefa nos debruçar sobre esta vasta produção do cinema negro brasileiro, desconhecida do grande público”, afirma a presidente da ABD Capixaba, Carla Osório.


Ao todo a V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro exibirá mais de 20h de filmes e vídeos nacionais e capixabas. Os trabalhos que integram a Mostra Competitiva concorrem ao prêmio de melhor filme capixaba e ao prêmio especial Cinema em Negro & Negro.

Audiovisual e possibilidades de transformação social

Audiovisual e possibilidades de transformação social


A V Mostra Produção Independente - Cinema em Negro & Negro continua com suas atividades até sábado, no Cine Metrópolis, Ufes, levantando discussões sobre o espaço e o papel do negro no audiovisual contemporâneo

Nesta sexta, a programação começa às 10h com o seminário de Cinema Negro. O diretor Luciano Vidigal, (foto) Luciana Bezerra (coordenadora de Audiovisual do Grupo Nós do Morro), Fabio Carvalho (presidente do Centro Cultural Caieiras) e Luiz Inácio Silva da Rocha (coordenador do Fórum Estadual de Juventude Negra) participam da mesa “O cinema como possibilidade de transformação social”, com mediação de Sáskia Sá, diretora de Memória do Conselho Nacional de Cineclubes.

Às 14h será exibido o filme “A Negação do Brasil”, de Joel Zito Araújo, em sessão especial para os alunos da rede pública de ensino. O documentário é um estudo acerca da representação do negro na televisão brasileira.

Às 19h será apresentada a última sessão da Mostra Competitiva Capixaba, que exibe nove produções locais: “Avenca”, de Erly Vieira Jr, “A Retomada Do Linharinho”, de Marcelo Calazans e Ricardo Sá, “Dentro E Só”, de Bruna Santos Silva, “Grito Do Povo”, dos Alunos do Núcleo de Memória Audiovisual do CECAES, “Any Distance”, de Gabi Stein, “Judiaria”, de Patrícia Bragatto, “Estação Itueta”, de Bianca Sperandio, “Doctor Love”, de Humberto Ribeiro, e “Bubllegum Black”, de Luiz Eduardo Neves.

Às 21h a mostra paralela traz nove filmes que traçam um panorama do cinema negro contemporâneo: “Velhos, Viúvos E Malvados”, de Rogério de Moura, “Neguinho E Kika”, de Luciano Vidigal, “Cruz e Souza – A Volta De Um Desterrado”, de Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting, “O Negro”, de Helder Quiroga, “Folia De Adão E Eva”, de Clementino Júnior, “Picolé Pintinho e Pipa”, de Gustavo Melo, “Visita Íntima: Revista Corporal”, de Isaac Donato, “Se Todos Fossem Iguais”, de Fernando Barcellos e Joyce Santos, e “Caixa Preta”, de Ana Claudia Okuti.

No sábado, serão entregues os prêmios de melhor filme capixaba e melhor filme em Negro & Negro, escolhidos pelo júri entre os trabalhos que integram a mostra competitiva. Além disso, haverá o lançamento do filme “Meninos da Guarani”, estreia do ator Markus Konká na direção.

Por que morrem os meninos da Guarani?

Por que morrem os meninos da Guarani?

Sem qualquer apelo sensacionalista, o primeiro filme de Markus Konká fala das histórias que estão por trás dos números da violência juvenil. O documentário estréia na última noite da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro&Negro





O município da Serra(ES) ocupa a 6ª posição entre as cidades brasileiras com um índice de seis mortes para cada grupo de mil adolescentes. Mas as estatísticas não mostram o drama das famílias que têm os seus filhos assassinados. É esse outro lado da história que Markus Konká aborda no documentário “Meninos da Guarani”. O longa é também a estréia de Konká como diretor e será lançado na noite de encerramento da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro&Negro, no dia 17 de outubro, no Cine Metrópolis, Ufes.

A produção foi gravada em julho de 2009 e retrata a condição social e econômica dos meninos e meninas da Avenida Guarani e adjacências, antes de serem assassinados. Essa avenida está localizada em Jacaraípe, no município da Serra. O filme discute os processos de exclusão social que estes jovens e suas famílias são submetidas.

Segundo Markus Konká a sua obra se propõe a romper com a invisibilidade, a ocultação e a naturalização dessa problemática social. “A violência está banalizada e passamos a tratar essas mortes como algo natural e justificado”, diz o diretor que atualmente reside na própria Avenida Guarani.

Sem sensacionalismo
O documentário conta com o depoimento de 18 pessoas. Quase todos os entrevistados tiveram as suas famílias destruídas pela guerra entre o narcotráfico e a polícia. Imagens ficcionais também fazem parte do roteiro e contam a história de um personagem que transita pelo circuito de diversão e espaços de consumo de drogas da Avenida Guarani. A força policial local não concedeu entrevista à produção.

A produção mostra histórias de projetos de vida e de sonhos que foram abortados pela violência, mas promete não se valer do sensacionalismo para transmitir a sua mensagem. “O impacto do documentário está na simplicidade com que tratamos essa triste realidade, esperamos provocar uma reflexão no público, mas sem apelarmos para o sensacional”, completa o diretor.

Para Markus Konká a resposta a essa trágica realidade está na implementação de uma firme e eficiente política social de emprego e cultura. “Atualmente esses jovens vêem no consumismo a única forma de realizar-se. Essa situação atrelada à banalização da violência os empurra para a marginalização”.

De ator a diretor
Aos 55 anos, Markus Konká fez parte do elenco de diversos filmes do cinema nacional e capixaba, além, é claro, de diversas peças de teatro. Atuou em produções de diretores como Hector Babenco, Arnaldo Jabour, Sérgio Resende e Cacá de Diegues. Segundo Konká, a direção foi, em parte, conseqüência do curso de pós-gradução em Linguagens Audiovisuais e Multimídia que está cursando na Ufes. “Com o curso, me senti apto e motivado a fazer esse trabalho. Com o filme quase pronto, agora me sinto abusado. Quero dirigir outras produções”, confessa.

Os recursos para a produção de “Meninos da Guarani” vieram da Arquidiocese de Vitória, da Cáritas e de outras pessoas próximas do diretor. Atuaram no filme os atores Higor Campagnaro e José Ribeiro. Também participam do documentário o Grupo de Teatro de Jacaraípe e as crianças do Projeto Semente.

Programação Completa da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro&Negro

Programação Completa da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro&Negro

TERÇA- FEIRA- 13/10

Noite de abertura da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro & Negro

19:00 hs – Lançamento da Revista/Catálogo Milímetros

20:00 hs Apresentação do Cine Concerto Cinema em Negro & Negro, com a participação especial de Alexandre Lima e Rádio Experienza

20:30 hs – Lançamento do filme documentário Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado (2009), do diretor Joel Zito Araújo


QUARTA-FEIRA - 14/10

10:00 hs – Seminário de Cinema Negro

Mesa: Cinema Negro Brasileiro e o Panorama do Cinema Africano
Debatedores:
Zózimo Bulbul - diretor
Joel Zito Araújo - diretor
Jeferson De - diretor

Mediadora:
Carla Osório – Presidente da ABD Capixaba


14:00 hs– Ação Audiovisual - exibição de filmes para rede pública de ensino

Vista a minha Pele, Joel Zito Araújo, 23 minutos, DVD, 2003, – São Paulo

Narciso Rap, Jeferson De, 16 minutos, DVD, 2005 - São Paulo


19:00 hs - Mostra Competitiva Capixaba

Como se fosse ontem, Gustavo Moraes, 6 minutos, 35mm, 2005

Agrados pAra Cloê, jefinho Pinheiro, 21 minutos, 35mm, 2008

Congo a voz do Tambor, guilherme Lassance, 18 minutos, DVD, 2009

A Sorte da bússola sem norte, fred Entringer, 7 minutos, DVD, 2009

Cinema de janela, Fabrício Noronha, 5 minutos, DVD, 2009

DR, Helena Santos, 3 minutos, DVD, 2009

Bom e velho rock n’ roll, Renan Torres e Daivison Borges, 3 minutos, DVD, 2008

Das antiga ao myspace, david Benincá, 14 minutos, DVD, 2009


21:00 hs – Mostra Paralela de Cinema Negro

Curadoria Cinema de Autor, com Zózimo Bulbul e Jeferson De

Alma no olho, Zózimo Bulbul, 11 minutos, 1973, DVD – Rio de Janeiro

Aniceto do Império em Dia de Alforria, Zózimo Bulbul, 12 minutos, 1981, DVD – Rio de Janeiro

PEQUENA ÁFRICA, Zózimo Bulbul, 14 minutos, 2002, DVD – Rio de Janeiro

Samba no Trem, Zózimo Bulbul, 22 minutos, 2000, DVD – Rio de Janeiro

Narciso Rap, Jeferson De, 16 minutos, 2005, DVD - São Paulo

Distraída Para A Morte, Jeferson De, 14 minutos, 2001, DVD - São Paulo

Carolina, Jeferson De, 15 minutos, 2003, DVD - São Paulo


QUINTA-FEIRA – 15/10

14:00 hs– Exibição especial do filme ORÍ e debate com a diretora Raquel Gerber

Mediadora: Leonor Araújo - historiadora

Orí, 91 min, 1989, DVD – São Paulo
O filme-tese de Raquel Gerber é o resultado de 11 anos de produção e filmagens no Brasil e na África, junto a pesquisadores, historiadores e comunidades negras.


19 horas - Mostra Competitiva Capixaba

Entre atos, Jefferson Rodrigues da Silva, 10 minutos, 2009, DVD

ASSIM COMO EU, Renan Torres e Marcos Colnago, 4 minutos, 2008, DVD

Maicoun diequison, Natanael de Souza e Ramon Zagoto, 9 minutos, 2009, DVD

N’goma - Jongos do sul capixaba, Leonardo Gomes e João Moraes, 27 minutos, 2009, DVD

Nada estÁ claro, Leonardo Almenara, 2 minutos, 2009, DVD

O conto da cartomante, Sérgio de Medeiros, 10 minutos, 2008, DVD

É assim que eu levo a vida, Rodolfo Almeida, 3 minutos, 2009, DVD

Frames, Edson Ferreira e Marcelo Siqueira, 15 minutos, 2008, DVD


21 horas – Mostra Paralela de Cinema Negro

Curadoria Territórios

TICUMBI, Elyseu Visconti Cavalleiro, 18 minutos, 1978, DVD - Rio de Janeiro

Reis Quitumbis – Culturas Quilombolas do Sapê do Norte, Osvaldo Martins de Oliveira, 26 minutos, DVD, 2009 – Espírito Santo

MESTRE PEDRO DE AURORA- PARA FICAR MENOS CUSTOSO, Orlando Bomfim, 20 minutos, 1978, DVD – Espírito Santo

Balduíno – El Africano, Cloves Mendes, 13minutos, 1989, DVD – Espírito Santo

Vissungo – Fragmentos da tradição oral, Cássio Gusson, 13 minutos, 2009, DVD - Minas Gerais

QUILOMBO DE IVAPORONDUVA, Cida Reis e Junia Torres, 25 minutos, 2006, DVD – Minas Gerais

Reescrevendo a História do Queimado, Carla Osório e Ricardo Sá, 15 minutos, 2003, DVD – Espírito Santo


SEXTA-FEIRA – 16/10

10:00 hs - Seminário Cinema Negro

MESA - O cinema como possibilidade de transformação social
Debaterdores:
Luciano Vidigal - Diretor
Luciana Bezerra – Coordenadora de Audiovisual do Grupo Nós do Morro
Fabio Carvalho – Presidente do Centro Cultural Caieiras
Luiz Inácio Silva da Rocha - Coordenador do Fórum Estadual de Juventude Negra

Mediadora:
Saskia Sá - Cine educadora e Diretora de Memória do Conselho Nacional de Cineclubes


14:00 hs– Ação Audiovisual - exibição de filmes para rede pública de ensino

Negação do Brasil, Joel Zito Araújo, 91 minutos, 2000, DVD – São Paulo


19:00 hs – Mostra Competitiva Capixaba

Avenca, Erly Vieira Jr, 10 minutos, 2009, DVD

A retomada do Linharinho, Marcelo Calazans e Ricardo Sá, 11 minutos, 2008, DVD

Dentro sÓ, Bruna Santos Silva, 14 minutos, 2009, DVD

Gritos do povo, Alunos do Núcleo de Memória Audiovisual do CECAES, 15 minutos, 2008, DVD

Any distancE, Gabi Stein, 3 minutos, 2009, DVD

Judiaria, Patrícia Bragatto, 1 minuto, 2008, DVD

Estação Itueta, Bianca Sperandio, 17 minutos, 2009, DVD

Doctor Love, Humberto Ribeiro, 3 minutos, 2009, DVD

Bubllegum Black, Luiz Eduardo Neves, 3 minutos, 2009, DVD


21:00 hs – Mostra Paralela de Cinema Negro

Curadoria Cinema Contemporâneo

Velhos, viúvos e malvados, Rogério de Moura , 16 minutos, 2004, 35mm – São Paulo

Neguinho e Kika, Luciano Vidigal, 17 minutos, 2005, DVD – Rio de Janeiro

Cruz e Souza – a volta de um desterrado, Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting, 20 minutos, 2008, DVD – Santa Catarina

O Negro, Helder Quiroga, 8 minutos, 2003, DVD – Minas Gerais

FOLIA DE Adão e Eva, Clementino Júnior, 13minutos, 2009, DVD – Rio de Janeiro

Picolé Pintinho e Pipa, Gustavo Melo, 15 minutos, 2006, DVD – Rio de Janeiro

VISITA ÍNTIMA:REVISTA CORPORAL, Isaac Donato, 5 minutos, 2006, Mini Dv - Bahia

SE TODOS FOSSEM IGUAIS, Fernando Barcellos e Joyce Santos, 18 minutos, 2009, DVD - Rio de Janeiro

CAIXA PRETA, Ana Claudia Okuti, 18 minutos, 2009, DVD – Rio de Janeiro


SÁBADO – 17/10

15:00 hs – Mostra Paralela de Cinema Negro

Até Oxalá vai à guerra, Carlos Pronzato e Stéfano Barbi Cinti , 37 minutos, 2008, DVD – Bahia

QUILOMBO DE EREPECURU, Cida Reis e Junia Torres, 25 minutos, 2003, DVD - Pará

FEMME COMME, Stéfanie y Steve James, 26 minutos, 2009, DVD – Guadalupe/ Caribe

A INICIAÇÃO, Gui Castor, 44 minutos, 2008, DVD – Espírito Santo


20:00 hs - Lançamento do DVD Coletânea da V Mostra Produção Independente – Cinema em Negro & Negro

20:30 hs - Apresentação do Vídeo homenagem

21:00 hs – Premiação dos Vencedores da Mostra Competitiva 2009

21:30 hs – Lançamento do filme Meninos da Guarani, de Markus Konká
O imaginário da cordialidade sexual

O imaginário da cordialidade sexual

O documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado”, de Joel Zito Araújo, será lançado no dia 13 de outubro, na abertura da V Mostra Produção Independente Cinema em Negro&Negro, no Cine Metrópolis, na Ufes. No dia seguinte, o diretor estará presente numa mesa do Seminário de Cinema Negro junto com os cineastas Zózimo Bulbul e Jeferson De


Paulo Gois Bastos


A história da princesa que é salva pelo príncipe encantado é a metáfora usada por Joel Zito Araújo na construção do argumento do seu documentário “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado”. Mas, enquanto no conto de fadas, príncipe e princesa apenas concretizam uma espécie de profecia mágica e selam o amor perpétuo por meio da união entre dois nobres, as mulheres e homens do documentário de Joel não fazem parte da mesma classe e cultura. Trata-se, justamente, da busca pela ascensão social via parceria sexual.

O diretor viaja pela Europa e pelo litoral brasileiro para mostrar como homens europeus e mulheres brasileiras estabelecem contatos e parcerias erótico-afetivas. O diretor quer saber como a perpetuação de um imaginário sobre o corpo da mulher negra justifica o turismo sexual no Brasil e como as mulheres também apropriam-se desse imaginário para buscarem melhores condições de vida.

O reforço desse imaginário não, necessariamente, termina no exercício da prostituição. Há personagens que trilham outros caminhos, porém, mesmo assim, o corpo da mulher negra aparece sempre como sinônimo de fogosidade e sexualidade permissiva. Isso é explícito nas falas tanto dos homens europeus como das próprias brasileiras. Em uma cultura sexual conservadora como a nossa, esse “excesso proibido” acaba tornando-se mercadoria. Assim, a imagem da mulher negra fogosa é, ao mesmo tempo, a afirmação de uma sexualidade mais livre como também a fetichização desse corpo – sua veiculação enquanto mercadoria exótica para o prazer do homem europeu.

Joel Zito faz uma pesquisa iconográfica e mostra que desde o século XIX, a mulher africana povoa o imaginário sexual do homem europeu. No Brasil, ao exotismo das formas soma-se o tratamento afetivo dispensado por essas mulheres. Os europeus dizem-se encantados pela simpatia e afabilidade das brasileiras. Arrisco falar em uma cordialidade sexual, fazendo um paralelo com o chamado racismo cordial. E se é verdade que as brasileiras dispõem de práticas erótico-afetivas mais criativas e generosas que as européias, o que o documentário nos mostra é um novo colonialismo, dessa vez o bem expropriado são os corpos e o afeto das nossas mulheres.

O que nos desconcerta no filme é a naturalização dessa relação e os extremos dessa exploração. Uma mãe quer que a sua filha menor de idade pare de prostituir-se nas ruas, mas não por um dilema moral e sim para que tenha melhores condições laborais. Uma ex-prostituta conta a sua história de cárcere privado e de escravidão sexual fora do país. Uma brasileira residente em Berlim admite que em momentos de “aperto” a prostituição é uma saída a ser buscada. Uma brasileira que foi casada com um alemão fala do desinteresse do seu marido por sexo após os primeiros anos de casamento e das suas estranhas compensações afetivas.

Em “Cinderelas, Lobos e um Príncipe Encantado” é possível ver como as marcações de raça, gênero e classe entrecruzam-se para significar os corpos. Aquelas mulheres negras e pobres utilizam-se desse lugar de significação como potência para transpor a sua própria condição. O que se coloca é: essa movimentação em busca de uma vida melhor questiona o sentido dado a esses corpos ou apenas alimenta esse imaginário perverso?